segunda-feira, novembro 10

Longo e Inútil.



Olá novamente meus queridos (talvez)não-leitores. Venho hoje nessa segunda-feira escrever-lhes mais um texto inútil para ocupar seu tempo vago. Aliás, eu adoro segunda-feira, pois é o dia da semana que está mais distante da outra segunda, mas não vêm ao caso. Não vou falar novamente de dias da semana para não ficar muito repetitivo, e também porque a procrastinação invadiu-me a mente e adentrou ao meu desgastado poço de criatividade, e não há jeito de tirá-la de lá.
Então, pra não falar de segunda, vamos ao assunto de hoje, que por sinal é segunda.
Sábado depois de falar um pouquinho do sábado, aqui mesmo, eu entrei novamente naquele programinha do bonequinho verde que pisca e a Lu veio falar comigo. Para acabar temporáriamente com a minha humildade, ela veio me dizer que eu escrevo muito bem, com palavras bonitinhas (gosto deveras exótico achar um monte de riscos criados por homens da antiguidade que utilizamos para escrever o que sai de nossos conjuntos de neurônios, mas como diz aquele ditado infame que não vou postar aqui pra preservar a santidade dos não-leitores, digamos assim). Ela acrescentou também que eu sou o sonho da professora de redação dela e perguntou-me como fazer (do tiopes comofas) para escrever "bonitinho".
Escrever bonitinho? "comofas/". Nem eu mesmo sei. Na minha opinião não escrevo bonitinho porcaria nenhuma, mas, se os leitores dizem, fazer o quê?
Não me veio nenhuma resposta à cabeça no momento, e só o que saiu de meus dedos pequenos e estremamente estranhos nas junções, por sinal, foi quase que se tivesse baixado um Paulo Coelho. Comecei a falar pra ela ler mais e praticar mais, bem no estilo de auto ajuda do nosso queridissíssimo Paulo, diga-se de passagem.
Enfim, mesmo não me agradando muito esse modo de escrever dando conselhos, vou aconselhá-los, meu caros não-leitores (hora de procurar por adjetivos novos no "pai dos burros", vulgo dicionário). quando me refiro à aconselhá-los pode lhes vir à cabeça: "O que esse inútil quer agora? Dar lição de moral? Aconselhar sobre o que?". Acho engraçado como todos que escrever sobre como será a reação dos outros refere-se grosseiramente a si mesmo, mas sem pormenores: O conselho que quero dar-lhes é sobre a leitura. Como eu diria grosseiramente a mim mesmo: "Leitura? Não, lá vem ele com aquela conversa de professor chato de português! D:".
Poisé, mesmo parecendo conversa de professor de português, eu vou seguir adiante.
Ler é o único jeito, dona Lu Dodde, de aprender a escrever. Mas não digo, escrever "bonitinho". Digo escrever o que você realmente quer, ser objetivo, crítico e até incômodo como eu. Escrita é uma das maiores invenções do homem. Se não fosse a escrita hoje em dia estariamos tentando descobrir como fazer fogo, até aprendermos e enfim morrermos, iniciando novamente um ciclo vicioso a seguir-se por várias gerações, se é que me entendem.
Escrever é registrar pensamentos, emoções, descobertas, tudo o que se passa. Fazendo assim de seus ideais algo eterno, mesmo que sua integridade física esteja decomposta em um caixão de madeira à sete palmos abaixo do chão.
E é por isso, não-leitores, que ler e escrever são importantes. Além da liberdade de poder expressar-se sem medo, de pôr pra fora seus pensamentos, ideais, esses dois verbos te trazem melhoras como pessoa, fazem de você uma pessoa melhor e mais culta, coisa muito rara nestes tempos em que a massa muscular volta a dominar a cinzenta.
Sem mais delongas, quero recomendar-lhes alguns livros e autores, e por fim, no próximo post, postarei uma poesia.

Livros:
Mensagem Para Você - Ana Maria Machado
Estrelas Tortas - Walcyr Carrasco
Assassinatos na Academia Brasileira de Letras - Jô Soares
Adeus, China. - Li Cunxin
Venha Ver o Pôr do sol e Outros Contos - Lygia Fagundes Telles
Comédias Para Se Ler Na Escola - L. Fernando Veríssimo
Incidente em Antares - Érico Veríssimo

Poetas:
Mário Quintana
Carlos Drummond
Vinícius de Moraes
Fernando Pessoa
Pablo Neruda

Entre muitos outros. Leiam.
Cruj Cruj Cruj Tchau.

Segue abaixo um trechinho do livro da Ana Maria Machado que eu achei interessante:

Chega de conversa
Pó pará com essa mania
Monte de palavra,
Alto som e cantoria.
Se ninguém ler nada,
Tudo vai sumir um dia.
Se não ficar escrito,
De que vale a poesia?


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