sábado, maio 9

Venha conhecer nossa cidade.


Nossa cidade é algo fascinante. Os mistérios que se encobrem pela cortina de fumaça. As vielas, avenidas, o vai-e-vem de carros e gente. Gente. E quanta gente. Temos quarentonas solteiras passeando com seus cachorrinhos recém saídos do banho-e-tosa. Temos senhoras peruas sumindo por entre as janelas de seus carros importados. Temos jovens, muitos e muitos jovens. Jovens ricos, jovens pobres, jovens de classe média. Temos jovens ignorantes, jovens fúteis, jovens interessantes, jovens alternativos, jovens inovadores, jovens criativos, alguns que unem todas essas características. Temos trabalhadores correndo por entre as ruas. Limpando nossas ruas. Às vezes somos um deles. Temos cobradores simpáticos nos nossos ônibus.Temos empresários om seus ternos e seus pagers nervosos falando coisas estranhas aos leigos que os ouvem nas ruas. Temos empresários correndo em nossas pistas nos fins de semana. Nossas pistas são engraçadas, as pessoas só sabem da existência delas quando se vêem gordas e sedentárias naquela quarta-feira à noite, se olhando na frente do espelho após o banho. Então as pessoas vem às nossas pistas, elas correm. Aliás, correr é o que mais se faz por aqui. Correndo, correndo, assim passam nossos dias, nossas vidas, nossa cidade. Nossa cidade é algo fascinante. E olha que eu ainda nem falei dos que não correm, os que não querem correr, e os que não podem correr no nosso rítmo.

A arte (ou nem tão arte assim) da Crítica.

Olá caros não-leitores,
Sei que não escrevo aqui há um bom tempo, mas é que me faltam idéias como irão notar nos parágrafos seguintes e estive um pouco ocupado com a mudança de cidade/colégio/amigos/casa/família. Só faltou mudar o sexo, mas isso não está nos meus planos.
Enfim, sem mais delongas, vamos às milongas, digo, ao texto.
Algumas pessoas escrevem em blogs, jornais, revistas dentre outros criticando a tudo e a todos. Mas qual a graça em criticar, em falar mal do que outras pessoas estão fazendo ou do que você mesmo está fazendo? Eu lhes pergunto. E como todo bom crítico, não sei a resposta. Alguns criticam numa tentativa de alterar o alvo de suas críticas para o modo que mais lhe agrade. Outros criticam apenas por desocupação, por interesse em falar mal dos outros. Rebeliões surgem de críticas, guerras surgem de críticas, ignorância vêm à tona quando se usa a crítica.
Críticos são a base da mudança, ou alguns deles. Talvez devessemos criticar menos e agir mais, talvez não devessemos criticar. Talvez não devessemos agir. Mas ninguém pode nos dizer o que fazer. E quem o faz, provavelmente irá ser alvo de nossas criticas. Critiquem. Começem treinando seus poderes críticos criticando meu texto, que eu, como crítico, odiei. E tenho dito.

terça-feira, março 31

Soneto romântico-metafórico da simples coisa

Tu és, ó minha amada,
Meu exagero [de romantismo]
E entre nós há um abismo
Coberto em tua mão gelada.

Teus braços são galhos tristes
[Da árvore que o outono castiga]
Foges ao vento antes que eu consiga
Fazer-te parte de tudo o que existe.

Tua face é tão lisinha!
Que quanto te olhas no espelho
Divide o azul [do mar vermelho]
Faz de águia a andorinha.

Teus cabelos picotados
Demonstram em si a rebeldia
[E exalam uma alegria]
Tão estranha aos mal-amados.

Por fim então, ó minha amada,
Só uma simples coisa te peço,
Que não termines tu onde começo
E sigamos [juntos] a tortuosa estrada,

Ao amor, e não ao sucesso.



neoqeav

Quase racionais.

Olá caros não-leitores.
Já faz algum tempo que não leh escrevo nada mas é porque não tenho tido ânimo algum para coisa alguma, mas vamos ao que interessa, ou ao que não interessa, que seja, o texto.
Nós humanos nos consideramos racionais, pois sabemos nos reconhecer em frente ao espelho, temos polegares opostos, criamos materiais, com esses materias criamos ferramentas, com essas ferramentas criamos outros materiais, com essas ferramentas e materias criamos casas, prédios, cidades, e assim por diante. Também desenvolvemos ciências, na matemática descubrimos como calcular tudo a nossa volta, como transformar tudo o que conhecemos em números, sabemos o quanto mede, o quando pesa, o quão denso é, o quão largo é, ou quão tudo é, sabemos também milhares de algarismos inimagináveis por qualquer outro ser que habite nosso pequeno planeta. Nas ciências biológicas, catalogamos milhões de espécies, conhecemos nosso corpo em todos os ângulos e funções possíveis, e assim por diante. Na química, sabemos a fórmula de tudo o que nos cerca, a quantidade de matéria, o tipo de matéria, a substância, a densidade, o estado físico. Enfim, somos mesmo muito inteligentes, ou, como adoramos dizer, racionais!
Porém, somos tão, mas tão racionais, que matamos uns aos outros por pedaços de papel, dos quais sabemos a fórmula, o tamanho, a densidade, a matéria, temos a ferramenta pra produzi-los, e mesmo assim matamos milhares de nós mesmos, e de outras espécies que tanto catalogamos. Esses pedaços de papel se chamam dinheiro. E pelo dinheiro, nós estamos acabando com tudo o que estudamos. Estamos acabando com a camada de ozônio e suas moléculas, mols, matérias; acabando com as árvores, e suas espécies, filos, classes, famílias. Estamos acabando com os rios, e suas densidades, composições, comprimentos, nixos. Estamos acabando com o ar, e seus gases, líquidos, elementos. Estamos acabando com os animais, seus reinos, suas células, seus genes. Estamos acabando com o planeta, e tudo o que está dentro dele. Nossas ciências, nossas filosofias, nossas religiões, nossos Deuses, nossa literatura, nossa gramática, nossas sociedades, nossas civilações, nossa política, nossa economia, nossas cidades, nossas matérias, nossas ferramentas, nossa matéria para fazer ferramentas, nossas ferramentas para fazer cidades, nossas cidades para vivermos dentro, para gerarmos industrias, com o intuito de gerar com o motivo de estarmos acabando com tudo isso. Estamos acabando com o dinheiro.
Cruj Cruj Cruj, Tchau.

terça-feira, fevereiro 17

Soneto do amor à prazo















Dar-te-ei, meu amor
Tudo que lhe tenho dito
Mas paciente seja, por favor
Pois nem eu mesmo acredito.

Dar-te-ei, meu amor
Tudo o que há de mais lindo
Calarei teu frio com meu calor
Mas espera que já venho vindo

Dar-te-ei, meu amor
Petúnias, Violetas, Rosas
Ou qualquer outra flor
Acompanhada de versos e prosas

Dar-te-ei, meu amor
Memso que não à vista
Mas prometo, com clamor
Que dar-te-ei, quando vencer a preguiça.

Por Yuri Vandresen Pinto. No caso, eu.

segunda-feira, fevereiro 16

A pipa do vovô não sobe mais.





E não é só a pipa.

Olá caros não-leitores. Começarei esta postagem com uma expressão que vem sendo utilizada muito frequentemente ultimamente (Rimas ocasionais acontecem :D). "Em tempos de" Carnaval, escrever-lhes-ei sobre tal evento típico do neo-folclore brasileiro.
Sabe, há alguns anos atrás eu não entendia como tinham certas pessoas (velhos ranzinzas, para ser mais exato) que não gostavam de carnaval. Carnaval é uma festa bonita, cheia de cores, bem cultural, com as marchinhas bem-humoradas e criativas de sempre. Porque não gostar dessa folia gostosa onde todos são iguais e alegres por três dias completos?
Eu não entendia, mas de tempos pra cá passei a entender melhor. Não porque minha concepção mudou, mas porque o carnaval vem mudando. O pessoal das antigas (velhos ranzinzas) estava acostumado aos carnavais de salão, ou de avenida onde tocavam-se marchinhas com músicos ao vivo e todos fantasiados. Hoje em dia tudo mudou, meus caros. Se nesses dias de carnaval que tão próximos estão vocês forem à alguma lugar vão ver como é o carnaval de hoje em dia. Mas irei adiantar-lhes o que conheço sobre tal evento.
Mulheres semi-nuas em carros alegóricos já existem há tempos. Mas a música carnavalesca vem mudando. Hoje em dia o que se ouve é só um bate-estaca ou funk com letras pornográficas e pessoas dançando sem fantasia alguma e bebendo exageradamente, depois vão à estrada e se estrepam no asfalto. As marchinhas estão quase extintas, só alguns clubes mais tradicionais as tocam, e os desfiles quase sempre são severamente ignorados e trocados por shows de bandas de forró e entre outros 'pelegations'. Ainda há resquiçios de filiões que ajudam a manter viva a tradição das fantasias e do samba no pé, que é um dos maiores símbolos do Brasil, chega até a ser um estereótipo, mas não vêm ao caso.
O que lhes peço é que ouçam as marchinhas, botem aquela fantasia velha de seu pai, aquela com cheiro de naftalina e umas penas coladas com cola quente mesmo, e saiam as ruas atrás dos blocos de rua. Ajudem a fazer velhinhos ranzinzas felizes e a acabar com tal estilo de música tão fútil e incriativo que temos hoje em dia. Preservem a tradição. :)
Cruj Cruj Cruj Tchau.

quinta-feira, fevereiro 5

Um pouco de poesia inútil.






















Às vezes me pego a pensar
Sobre a extinção do amor
Sobre onde foi parar
O tão famoso, tão falado, tão declarado
Digamos assim

Perguntei à um qualquer
Talvez plagiando Sócrates
"O que achas do amor?"
Não ouve respota se quer
Se não uma expressão de singelo horror

E é assim que lhes pergunto
Meus caros que me estão lendo
Porque está sumindo o amor?
Porque estamos o perdendo?

As guerras já foram piores
As moças já foram mais feias
Os homens já foram mais jovens
Mas o amor se perdeu nas teias

Nos românticos como eu
Ou nós, não sei dizer
O encanto se perdeu
De mim não quer saber
De nós, talvez não.

Minhas rimas são simples
Às vezes até simples demais
São pequenos suplentes
Da falta que o amor me faz.

Algo que me faz falta
Lhes falo agora
Algo que já tive aos montes
Mas penso ter jogado fora.

Vindo do amor eterno
O que posso eu esperar
Se não essa falta
De insiparação para cantar?

Passo horas imaginando
O que falar ou escrever sobre
Mas a rima acaba me fugindo
Como uma burguesa esnobe.

Em versos de quatro linhas
Tento aperfeiçoar poesias
Mas nada que se compare
A rima que tu fazias

Não sei escrever sonetos
Nuna tentei um romance
Romance só protagonizo
E sonetos não me vêm ao alcance

Uma vez fui perguntado
"De onde tiras inspiração"
Respondi, não a tenho
Só inspiro respiração

Não tenho culpa
Se um dia alguém me deixou
Ou será que nunca me teve?
Será que algum dia me amou?

Parece-me que as rimas
Me estão voltando aos poucos
Mesmo que bregas como as de cima
E com o mesmo sentido louco

Despeço-me então
Com meu ultimo verso, com quatro linhas
Com minhas rimas bregas que são
Mas bregas, porém minhas.

segunda-feira, fevereiro 2

Asilo Virtual.




















Olá caros não-leitores,
Cá estou escrevendo-lhes mais um texto inútil e não-interessante. (É incrível minha auto-estima)

Enfim, sem mais delongas, vamos às milongas, digo, ao texto. Quero criticar hoje algo que me deixa PDC (quer mesmo saber? :D).
Já passou no Fantástico, no Globo Repórter, e em todos esses outros programas famosos. Não, não é o código de apertar F5 e aparecer o nome da pessoa amada. Escrevo-lhes hoje sobre o aumento significativamente grande de pessoas de idade avançada (bras.: véiu) que utilizam o computador para acessar redes de relacionamentos. Até aí tudo bem, pessoas de todas as faixas etárias fazem isso, mas como sempre há um mas, eis a questão: Um adolescênte costuma ficar em média de 2 à 5 horas em frente ao computador conversando com os amigos e mandando recados. Um adulto fica em média de 1 à 3 horas dedicando seu tempo aos relacionamentos. Mas como a vida é uma caixinha de surpresas e não uma regra de três inversamente proporcional, com os idosos é diferente.
Como já disse acima, eles não seguem a lógica da relação Idade x Tempo de Conexão. A esmagadora maioria de pessoas de idade avançada que utilizam-se das tais redes de relacionamento (tratadas por alguns, como minha vó, por 'iorgut', 'sonico', 'agá 5', 'baduu', entre outros) fica várias horas em frente à maquininha, mandando poesias, figuras e até fazendo montagens, colocando seus rostos em moças jovens ou galãs de novela, como ajuda de sites genéricos desses que agente encontra em spams do canto direito. O efeito colateral de tal vício é que o idoso fica alienado à internet. O assunto diário passa de fofocas dos vizinhos para comentários sobre internet, 'iorgut' e amigos virtuais. Já flagrei minha vó conversando sozinha várias vezes, e rindo do que os amigos virtuais do Asilo Iorgut dizem. Ou tentam dizer pois os erros de gramática e o caps lock tomam conta.
Isso tem que ter fim! A maioria dos aposentados está se encaminhando a esse caminho (Alerta de Pleonasmo!). Isso faz mal à saúde e ao coração (em ambos os sentidos). Não quero que parem, quero que reduzam e usem consciêntemente e em menor quantidade. Dediquem-se às artes, à música, à família, que seja, arranjem algo para fazer ou acabaram escrevendo coisas inúteis em um blog!

DEIXOLHE UM FORTE ABRASSO MEUS CAROS AMIGO VIRTUAL DE ALGUEM QUE AMA VOCEIS MUITO
BEIJOS NO SEUS CORAÇAOS
NINGUEM


Passar bem.

Eu odeio gente chique, mas uso sapato.


Caros não-leitores,

Como dizem aqueles comunicados que os alunos não entregam aos pais: Venho por meio desta postagem fazer uma séria crítica. Ou nem tão séria assim.

Enfim, quero criticar aquelas pessoas que se acham rebeldes e criticam o sistema.

Com o perdão da palavra, mas vá lá. Porra, se quer se revoltar com o sistema vira índio. Isso é hipocrisia falar da rede globo, dos Estados Unidos e amar o Fidel e depois comer Big Mac assistindo o vídeo show com um boné escrito 'I LOVE NY".

Não que eu ache certo a manipulação que as emissoras de tevê aplicam na população, mas isso não é motivo pra ser hipócrita e querer parecer anarquista. Um verdadeiro anarquista não precisa declarar sua raiva contra o sistema, precisa demonstrar isso nos atos.

Então não adianta sair por aí falando que não assiste novela e achar todo o povo ignorante. Porque o povo em maioria é ignorante sim, mas não todo, e o mais ignorante é aquele que não admite o fato.

Passar bem.

segunda-feira, janeiro 26

Vamos dar tempo ao tempo.

Como costuma-se dizer ao aconselhar amantes de novelas à là Globê, quando não se acha solução possível, o que se tem de fazer é dar tempo ao tempo.
Isso pode parecer um ato canibal de substantivos abstratos, mas não vêm ao caso.
Caros não-leitores,
Decidi seguir o conselho com o qual iniciei questo texto, e aqui estou eu mais uma vez. Se eu fosse um leitor me perguntaria, grosseiramente como de costume "Ué, não tinha dito que não ia mais postar e que ia tirar o blog do ar". Sim, meu caro outro eu grosseiro, eu disse. Mas como disse nas linhas acima eu dei tempo ao tempo. Um mês e quatro dias, pra ser mais exato. Se querem um motivo concreto: Mamãe foi pra Porto de Galinhas e deiou-me em casa, portanto repluguei meu computador e hoje escrevo-lhes novamente para os que me lêem e os que não me lêem. Sendo que o segundo grupo é extremamente maior, mas não vêm ao caso.
Vou procurar escrever aqui sempre que puder, mesmo que os assuntos forem pouco e sem graça, já que sou eu quem os lê somente, não há problema algum.
Isso é tudo pessoal,
Cruj Cruj Cruj, Tchau.




Até breve.