domingo, maio 16

O Cinema

Olá caros não-leitores,

Eu estive sem idéias por um tempo, e com preguiça por outro tempo (muito mais longo), então fiquei sem postar. Mas não fez diferença, porque vocês continuaram sem ler. Mas, sem mais delongas, vamos ao tema: Cinema (rima não-planejada).

A incrível legislação brasileira que nos dá o direito da meia-entrada (ainda que a inteira venha aumentando astrologicamente), o que não nos deixa nenhum motivo para não ir ao cinema. É sério. A não ser que você seja alérgico ao cheiro de pipoca com refrigerante, ou que o barulho da rotação do filme lhe cause espasmos, não tem porque não ir. Além de ser um perfeito local para ação dos galanteadores de plantão, o cinema é uma fonte quase inesgotável de cultura. Ainda que hoje em dia os filmes sejam predominantemente: a) sobre um americano que trabalha para a polícia ou para o serviço secreto e sai por aí matando terroristas. b) um adolescente americano rico, namorado de outra adolescente rica, mas que se apaixona por uma adolescente tímida e não popular. c) um casal de americanos desocupados que se apaixonam e passam o filme inteiro brigando sobre coisas fúteis. Nesses três estereótipos (talvez um pouco injustos, mas enfim...) vocês podem encaixar quase todos os filmes em cartaz ontem, hoje ou amanhã. Mas não vou me ater a eles.

Ninguém é obrigado a assistir “Avatar” ou “Alice”, só porque todos assistem. Apesar da predominância de filmes americanos, o cinema disponibiliza alguns (deveria haver muitos) filmes que não mostram apenas futilidade, violência gratuita, cabelos lisos e louros e roupas de marca. Disponibiliza filmes com uma carga cultural muito grande, dos quais se pode tirar grande proveito.

Mas, assim como temos preconceito contra quem não ouve música americana, não fala inglês ou é estudioso (e não malandro, “jogado”), temos preconceito contra esses filmes.

É comum ouvir que cinema brasileiro não presta, que só tem mulher pelada e nordestino. Por que isso? Por que nós, brasileiros, não valorizamos a nossa cultura? Por que não vamos ao cinema para ver nossos valores, nosso cotidiano, nosso país retratado?

Hoje, fui ao cinema para assistir “Antes que o mundo acabe”, que é brasileiro. Peguei uma fila gigantesca para comprar as entradas. Na sessão, só tinha umas 15 pessoas. Todos foram ver “Alice”.

Odeio usar o imperativo, mas gente: Temos que valorizar o cinema nacional. Eu sei que por vários anos tudo o que se via era mulher pelada e nordestino, mas de alguns anos para cá nosso cinema tem produzido ótimos filmes. Filmes cultos, mas com linguagem simples, que retratam desde o mais pobre sertanejo até o mais rico empresário. Somos nós, retratados. São filmes que nos levam a reflexão. Que nos emocionam, que nos alegram, que nos fazem rir até doer a barriga. Por isso, gente, assistam mais. Deixem pra lá esse preconceito de achar que todo filme brasileiro é chato e ruim. Valorizem nossa cultura.

Ou, se preferirem, vão assistir “Alice”. É bonitinho, né? Ainda mais com esses efeitos tridimensionais. Uau!