quinta-feira, fevereiro 5
Um pouco de poesia inútil.
Às vezes me pego a pensar
Sobre a extinção do amor
Sobre onde foi parar
O tão famoso, tão falado, tão declarado
Digamos assim
Perguntei à um qualquer
Talvez plagiando Sócrates
"O que achas do amor?"
Não ouve respota se quer
Se não uma expressão de singelo horror
E é assim que lhes pergunto
Meus caros que me estão lendo
Porque está sumindo o amor?
Porque estamos o perdendo?
As guerras já foram piores
As moças já foram mais feias
Os homens já foram mais jovens
Mas o amor se perdeu nas teias
Nos românticos como eu
Ou nós, não sei dizer
O encanto se perdeu
De mim não quer saber
De nós, talvez não.
Minhas rimas são simples
Às vezes até simples demais
São pequenos suplentes
Da falta que o amor me faz.
Algo que me faz falta
Lhes falo agora
Algo que já tive aos montes
Mas penso ter jogado fora.
Vindo do amor eterno
O que posso eu esperar
Se não essa falta
De insiparação para cantar?
Passo horas imaginando
O que falar ou escrever sobre
Mas a rima acaba me fugindo
Como uma burguesa esnobe.
Em versos de quatro linhas
Tento aperfeiçoar poesias
Mas nada que se compare
A rima que tu fazias
Não sei escrever sonetos
Nuna tentei um romance
Romance só protagonizo
E sonetos não me vêm ao alcance
Uma vez fui perguntado
"De onde tiras inspiração"
Respondi, não a tenho
Só inspiro respiração
Não tenho culpa
Se um dia alguém me deixou
Ou será que nunca me teve?
Será que algum dia me amou?
Parece-me que as rimas
Me estão voltando aos poucos
Mesmo que bregas como as de cima
E com o mesmo sentido louco
Despeço-me então
Com meu ultimo verso, com quatro linhas
Com minhas rimas bregas que são
Mas bregas, porém minhas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário