segunda-feira, fevereiro 16

A pipa do vovô não sobe mais.





E não é só a pipa.

Olá caros não-leitores. Começarei esta postagem com uma expressão que vem sendo utilizada muito frequentemente ultimamente (Rimas ocasionais acontecem :D). "Em tempos de" Carnaval, escrever-lhes-ei sobre tal evento típico do neo-folclore brasileiro.
Sabe, há alguns anos atrás eu não entendia como tinham certas pessoas (velhos ranzinzas, para ser mais exato) que não gostavam de carnaval. Carnaval é uma festa bonita, cheia de cores, bem cultural, com as marchinhas bem-humoradas e criativas de sempre. Porque não gostar dessa folia gostosa onde todos são iguais e alegres por três dias completos?
Eu não entendia, mas de tempos pra cá passei a entender melhor. Não porque minha concepção mudou, mas porque o carnaval vem mudando. O pessoal das antigas (velhos ranzinzas) estava acostumado aos carnavais de salão, ou de avenida onde tocavam-se marchinhas com músicos ao vivo e todos fantasiados. Hoje em dia tudo mudou, meus caros. Se nesses dias de carnaval que tão próximos estão vocês forem à alguma lugar vão ver como é o carnaval de hoje em dia. Mas irei adiantar-lhes o que conheço sobre tal evento.
Mulheres semi-nuas em carros alegóricos já existem há tempos. Mas a música carnavalesca vem mudando. Hoje em dia o que se ouve é só um bate-estaca ou funk com letras pornográficas e pessoas dançando sem fantasia alguma e bebendo exageradamente, depois vão à estrada e se estrepam no asfalto. As marchinhas estão quase extintas, só alguns clubes mais tradicionais as tocam, e os desfiles quase sempre são severamente ignorados e trocados por shows de bandas de forró e entre outros 'pelegations'. Ainda há resquiçios de filiões que ajudam a manter viva a tradição das fantasias e do samba no pé, que é um dos maiores símbolos do Brasil, chega até a ser um estereótipo, mas não vêm ao caso.
O que lhes peço é que ouçam as marchinhas, botem aquela fantasia velha de seu pai, aquela com cheiro de naftalina e umas penas coladas com cola quente mesmo, e saiam as ruas atrás dos blocos de rua. Ajudem a fazer velhinhos ranzinzas felizes e a acabar com tal estilo de música tão fútil e incriativo que temos hoje em dia. Preservem a tradição. :)
Cruj Cruj Cruj Tchau.

Um comentário:

leonam disse...

Felizmente alguém entrou em seu blog, um dia! Muito legal a forma com que você aborda os assuntos. Gostei muito do seu blog!!! :D